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Alopecia Androgenética – Entrevista realizada pela Rádio CBN

Este mês a Dra. Marcella Nascimento participou do quadro Pergunte ao Doutor da Rádio CBN de Juiz de Fora. O tema abordado foi Alopecia Androgenética.

Clique aqui e confira a entrevista da íntegra

O jornalista Marcelo Juliani e a dermatologista Marcella Nascimento


Marcelo Juliani – O que é Alopecia Androgenética?
Dra. Marcella Nascimento –
Alopecia Androgenética é a famosa calvície masculina e feminina. Sendo que os homens são mais conhecidos por ter essa condição. Ela ocorre em indivíduos geneticamente pré-dispostos e suscetíveis à presença de andrógenos. Portanto, o início se dá na adolescência, apesar de que alguns casos iniciam na infância.

A palavra Alopecia vem do grego e significa raposa. Esse animal perde os pelos com freqüência. Então, quando as pessoas me perguntam o que é Alopecia, resumidamente: é a perda de pelos. O termo Androgenética é por ter essa predisposição genética e androgênico devido à importância dos hormônios masculinos.

É fato que essa condição pode afetar 70% dos homens e 40% das mulheres?
Sim. Antigamente, as mulheres não procuram muito o consultório, achavam que o afinamento era uma coisa natural dos cabelos. Nas mulheres, a alopecia é diferente, porque os homens costumam observar as entradas e a coroa começa a ficar alargada.

Nas mulheres, essa alopecia androgenética é diferente: começa com uma rarefação do cabelo, os fios ficam mais finos e há preservação dessa implantação frontal. Então, por não ter entrada, as pessoas achavam que a mulher não tinha a calvície. Porém, hoje sabe-se que elas também têm alopecia androgenética, mas com apresentação diferente.

Os homens também podem apresentar esse padrão feminino, não possuem entrada, tem a preservação da linha frontal, mas também apresentam uma rarefação.

Em ambos os casos, há tratamento e, quanto mais cedo procurar atendimento, melhor.

O que determina essa diferenciação?

São fatores genéticos. Ainda não se encontrou um gene específico, por isso, definimos como poligênica. Existe um gene, receptor de androgênio, que está presente no cromossomo X, que é herdado da mãe. Então a gente sabe que tem essa herança materna, mas não se explica a herança paterna.

Esse caráter genético também é o que faz manifestar o problema mais cedo. No entanto, não podemos esquecer da parte hormonal.

Os meninos que já perceberam sinais, que têm um histórico familiar e começaram a ter entradas precisam procurar o atendimento dermatológico, porque o que é determinante para o resultado de tratamento é o início precoce.

E na juventude as pessoas não costumam se preocupar com isso.

Sim, mas isso está modificando muito. Os homens hoje são super vaidosos, procuram cedo o tratamento. E apesar da queda de cabelo não de ser uma queixa  freqüente, relatam que estão sentindo o cabelo mais fino e espaçados na entrada. Os meninos com este quadro costumam acordar com fios no travesseiro e isso já desperta um sinal para tratar.

O ralo do box do banheiro é uma referência para isso também?

Para Alopecia Androgenética, não é percebido muita queda. Quando o ralo do banheiro fica cheio e as mulheres costumam se queixar mais, já é um outro quadro de alopecia que se chama eflúvio telógeno. Trata-se de uma queda aguda, que dura de 3 a 6 meses e, geralmente, o que causa é algum episódio, por exemplo: após uma doença, uso de medicamentos. Assim, o paciente percebe um aumento de fios no ralo, na escova.

Uma vez com a calvície instalada é possível reverter esse quadro com medicamentos?

Sim. Na verdade, eu sempre oriento meus pacientes que, uma vez iniciado o tratamento, nosso principal objetivo é evitar a progressão, ou seja, manter os fios. Então a gente consegue uma taxa de repilação grande, desde que seja de uma fase precoce. Dependendo do estágio da alopecia, se for um estágio terminal, onde consegue ver o brilho do cabelo (estágio de fibrose), para os homens é indicado o transplante capilar. Mas é importante reforçar que o tratamento medicamentoso também deve ser associado. E nas mulheres, o transplante é sempre mais difícil, porque a área doadora é menor, precisa ser de fios longos.

O que sempre recomendo para os meus pacientes: se percebeu que o cabelo está modificando,  procure o tratamento dermatológico, porque o início precoce é o principal determinante para o sucesso terapêutico.

O cabelo muda de consistência com o passar do tempo?

Espontaneamente não, essa miniaturização do fio é a principal característica da Alopecia Androgenética. Existe a Alopecia Senil que é uma exaustão do fio, quando ele não agüenta mais fazer os ciclos.

Sobre essa questão, a mulher costuma sofrer mais com isso, não é mesmo?

Para a mulher, não tem um padrão ouro de tratamento. Para o homem, tem a finasterida, que é um bloqueador da 5-alfaredutase, que é uma terapia alvo. Então, ele é um remédio considerado padrão ouro de grande impacto. Já as mulheres, os inibidores já não têm tanta resposta.

Como todas nós mulheres temos questões mais complexas, na calvície também não seria diferente. Mas o que eu queria informar é que tem tratamento e que repercute mais na questão emocional.

Tem um dado muito interessante de que os homens que sofrem de calvície são 75% menos confiantes, especialmente para interagir com o sexo oposto. Mas apenas 3 a cada 4 homens procuram tratamento. Para eles, essa é uma característica aceitável e natural, principalmente, se o pai tiver, o avô tiver e, além disso, a sociedade aceita bem.

Já para as mulheres, é uma situação mais difícil, principalmente, as brasileiras. Um dos maiores mercados de produtos de beleza é o Brasil, porque o cabelo para brasileira é algo que faz parte dela, reflete seu emponderamento. Quando a mulher começa a perder cabelo, impacta muito o seu emocional.

Também é importante alertar, porque se tem um caso na família, um filho e, principalmente, uma filha pode passar por essa situação.

Sim. Eu falo muito isso com meus pacientes, porque muitos procuram numa fase tardia, lá pelos seus 50 anos. E, com isso, questiono se as filhas também possuem cabelo mais fino, para que elas busquem o tratamento também. Começando entre os 20 e 30 anos a taxa de sucesso é muito maior.

E em qualquer idade é possível reverter ou retardar esse processo?

Sim. A não ser em estágios muito terminais, quando a gente vê o couro cabeludo. Mas uma das coisas que faz parte do tratamento é o uso de prótese e órtese, que hoje são perfeitas. Temos ótimos cabeleireiros e profissionais que fazem. Nessas fases tardias, o transplante também é uma opção, mas antes dessa fase, sempre há tratamento.

Gostaria de reforçar que, se por alguma motivo, você está sentindo que seu cabelo está modificando, está afinando, com entradas e isso te incomoda, não adie. A queda de cabelo é uma das dez queixas dermatológicas mais comum no consultório. Procure o dermatologista e sempre escolha um profissional da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A tricologia é uma área que eu estudo e tenho o prazer de continuar estudando, porque é uma das áreas da dermatologia que mais cresce com inovações.

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